O homem por vezes sente receio em sair de sua “caverna” pessoal e se deparar com uma realidade por vezes desconhecida, por vezes questionada... Quanto mais tem noção da realidade mais o homem tem medo dela e prefere ficar enclausurado nas paredes de sua caverna... Onde seus únicos companheiros são as sombras. Para aumentar o efeito dramático de realidade, há sons ecoando no fundo da caverna, como se viessem das próprias sombras que passam... Este é o mundo sensível, na medida em que a mente é presa e estruturada numa ilusão. Este retrato da condição humana não é fixo...
Platão pergunta: Suponhamos que entre esses homens, um deles se atreve a abalar a visão do que concebe como real?! Se atreve a desafiar as bases de pensamento?! Se atreve a fazer sua própria leitura das obras de Leonardo da Vinci?!
Diríamos em coro: Ele é um louco! Só pode ser louco!
Diríamos, porque o certo é seguir uma multidão cega e surda, enquanto o transgressor precisa ser punido, uma caça às bruxas pela autoridade da intelectualidade pessoal... Enquanto a alegoria da Caverna serve exatamente para reforçar a ideia da busca e da não concepção automática de preceitos comuns.
Além de genial, a ilustração da "caverna", com a cavidade craniana e as imagens projetadas no lóbulo occipital, o autor nos oferece uma bela versão para Alegoria da Caverna de Platão. Falei com Da Vinci é parque de diversão para quem já leu muito na vida!
Pedro Paviani