Filemon, quem é ele?


- Foi com essas palavras que Jung se referiu a Filemon pela primeira
vez: "Graças ao amigo de sempre desvendei o processo de sonhar com olhos abertos"... Peraí!!! A Doutora não está sugerindo?! Que aqui e agora!Tudo isso! Toda essa história! É fruto de uma Imaginação Ativa?! (Falei com Da Vinci – pág.184)

“Da mesma forma que outros personagens da minha imaginação, Filemon trouxe-me o conhecimento decisivo de que existem na alma coisas que não são feitas pelo eu, mas que se fazem por si mesmas, possuindo vida própria. Filemon representava uma força que não era eu. Em imaginação, conversei com ele e disse-me coisas que eu não pensaria conscientemente. Percebi com clareza que era Ele, e não eu, quem falava. Psicologicamente, uma inteligência superior. Era para mim um personagem misterioso que de vez em quando tinha a impressão de que era fisicamente real. Explicou-me que eu lidava com os pensamentos como se eu mesmo os tivesse criado, entretanto, segundo lhe pareci, eles possuem vida própria... Foi assim que, pouco a pouco, como espécie de ‘Guru’, dotado de um saber e de um poder soberano, me ajudando a desenredar as criações involuntárias da minha imaginação... Ele me encaminhou para muitos esclarecimentos interiores, me informando acerca da objetividade psíquica e da realidade da alma.” – Jung.

Creio que, basicamente, isso indica que, da totalidade dos nossos processo mentais, uma pequena fração apenas está sob nosso controle e consciência, o que é mais claramente percebido nos sonhos. Se a nossa percepção de nós mesmos é tão condicionada à nossa memória e à percepção de nosso corpo, e se tudo isso utiliza apenas uma fração menor de nosso cérebro, experiências de expansão de consciência levam necessariamente à perda da identidade, da identificação com o ego.

Isso significaria que, dentro do processo de individuação, mudamos nossa orientação extrovertida, buscando o objeto originário perdido não na sociedade, mas dentro de nós mesmos!